Histórinha semanal


Minha Vida
                           Ela nunca foi fácil
História

Capítulo 1 - Começo após fim.

By Nina Gonçalves Polette
A guerra de Brightvale contra Altador estava no fim, após tantas mortes... Tanto sofrimento e dor, tristeza, vontade de voltar para casa, estava no fim. Hoje. Hoje iria acabar, e eu, Azcos, soldado de Brightvale voltarei para casa. Com o coração pulsando forte e a armadura enlameada.
Empunhei uma lança contra o general de Altador. Era o último ataque. Força no braço, esquivas. Levantei-me, glorioso, ultrapassando dois metros de altura, e coloquei um fim. Aquele general... Tygio... Estava morto. A notícia se espalhou e os jornais apenas falavam da batalha. Da vitória.
Cansado, saí do campo de batalha e fui voltando para casa, pois Kare estava me esperando. Enquanto passava pelas ruas de Brightvale, ensangüentado, cansado, machucado... Aquele povo fazia de mim um rei, pois eu apenas escutava elogios. Depois, lembro que adormeci, sem mais.

Capítulo 2 - Nuvens

By Nina Gonçalves Polette
Acordei em uma espécie de palácio, pois me lembro que estava deitado numa cama redonda e macia, em um quarto grande, bem decorado e com enormes janelas e cortinas. Na frente da cama, uma mesa retangular com um banquete servido à delicadeza de uma mulher. Onde eu estou?
Me levantei facilmente, e estava sem armadura e lança, fui em direção a mesa, me sentei ao ali mesmo e devorei o banquete, pois estava com muita fome. Andei pelo quarto até uma das janelas, abri a cortina e... Céu azul. Não havia chão. Como haveria um palácio nesse meio sem nada? Olhei para baixo, nuvens. Nuvens, apenas nuvens. Muitas delas. Me assustei e fui afastando da janela em direção a porta do quarto. Quando abro, encontro uma linda mulher de longos cabelos roxos e pele clara, com um longo vestido roxo de seda e um cajado que brilhava como o Sol em suas mãos.
- Q-quem é vo-você?
- Sou Fyora, rainha do mundo das fadas, Azcos.
Ela passou suas delicadas mãos sobre meu pelo macio e me acalmei. Abaixei a cabeça e deixei que Fyora me desse carinho.
- Azcos, Você é um lindo Eyrie Verde que lutou bravamente na guerra. Nós, fadas assistimos a tudo o que ocorre em Neopia, e para sua segurança e seu bem, decidi te trazer até meu palácio, para viver como merece.
- Cadê minha armadura e minha lança? Quero voltar para Brightvale, me deixe ir. Quero voltar para Kare!
- Acalme-se..
Em um passo veloz, dei um pulo e tentei atravessar a porta a força. Minhas garras cravaram nas paredes internas perto da porta, e, voando rapidamente saí do quarto, deixando Fyora para trás.
Ela me trouxe de volta, como num passe de mágica. Decidi escutar a rainha e ver o que tinha a dizer.
- Posso te transformar em um honrado soldado... Terás um encanto... e...
- Fyora, sobre o que está falando?
- Bom, para se viver aqui, deve ser um neopet Fada.
Aquelas palavras ecoaram sobre minha mente, e uma lágrima de saudade escorreu sobre meu rosto rapidamente. Fada... Terei uma vida boa aqui, acho. Devo ou não escutar mais sobre o que Fyora tem a dizer?

Capítulo 3 - Encanto

By Nina Gonçalves Polette
- Tudo bem, eu aceito.
Uma nuvem roxa envolveu meu corpo, me fazendo levitar por alguns segundos não muito longe do chão, e me senti renovado. O encanto está lançado.
Ao lado da cama redonda, havia uma penteadeira. Andei até ela, e ao ficar de pé e olhar meu reflexo, vi que Fyora me transformou em um Eyrie fada. Agora eu iria viver assim. Eu estava realmente bonito, não posso negar.
- Obrigado Fyora. Bom, com a minha nova vida aqui... O que farei? Posso continuar sendo um soldado?
- Sim, pode, por que não? Você lutará nas guerras em que te chamarem para servir.
- Bem, uma pergunta que não quer calar... Porque você, justo você, me trouxe aqui para o mundo das fadas?
Um flashback rápido. Enquanto eu estava em Brightvale, voltando para casa, um inimigo escondido estava a minha espera. Um passo. E a morte. Não queria morrer aquela hora, após terminar uma batalha de anos. Girando a maçaneta da porta, um tiro perdido, e uma multidão preocupada.
- Previ este ataque e com um encanto te trouxe até aqui para continuar sua vida.
- Ah... Bem, e Kare, como ficará?
- Poderá vê-la daqui a um tempo.
- Tudo bem...
- Bom, já que agora é um soldado, darei armas melhores e armaduras mais resistentes, está bem?
- Claro. Porém eu ainda não entendi o porquê você está me ajudando...
Pensei, e, talvez Fyora tivesse uma relação com Kare... Ou seria algo da minha mente? Não sei, só sei que agora eu estou aqui servindo ao Mundo das Fadas como um Eyrie Fada.

Capítulo 4 - Anos de Guerra

By Nina Gonçalves Polette
Meses se passaram, e eu olhava pela janela, escorregando cautelosamente minhas garras sobre ela, pela qual vi uma imensidão de nuvens pela primeira vez a um tempo atrás... Afundavam no vidro, marcando meu sentimento. Fyora viu que eu iria morrer depois da guerra, e me trouxe para cá, para cuidar de mim, pois viu que eu era um guerreiro muito valente... Porém, sinto falta de Kare.
Saí do quarto de cabeça baixa, descendo as escadas até o salão principal do castelo da rainha, onde no centro, uma bela fonte de água, e flores, muitas flores pelo hall do palácio. Lustres magníficos e vários quadros. O ambiente dava a impressão de que nós estávamos em outro mundo. É mágico...
Uma sonora e doce voz ecoa, com passos cuidadosos acompanhando...
- Azcos! Em Brightvale... Estão brigando de novo! Por favor! Vá servir seu exército, Meridell invadiu a cidade a procura de cobaias para o raio do laboratório secreto!
- Tudo bem, já estou indo, bem, mas...
- Por favor, Azcos, lute e volte para cá, afinal, de guerreiro, nós só temos você.
Não deu tempo de Fyora terminar sua frase. Já estava com minha nova armadura e duas lanças nas mãos, voando em direção a porta, não esperei ser aberta. Quebrei e planei o mais rápido até meu povo.
Espero encontrar felicidade e não morrer... Coltzan, idolatrado por Neopia, e Fyora, me protejam.

Capítulo 5 - Facas

By Nina Gonçalves Polette
Após voar quase dez quilômetros, consegui chegar em Brightvale a tempo, pois o desastre já não era tanto. Ninguém me reconhecia, pois agora aquele louvado Eyrie Verde, com armaduras de madeira e armas não muito fortes, agora se transformou em um Eyrie Fada, não reconhecido, porém mais forte, com certo toque de mágica.
Não me importei que não sabiam quem eu era, apenas vim para lutar. Bem vindo a minha vida.
Me uni ao exército de neopets prontos para atacar os guerreiros de Meridell, e com o olhar no chão e pensamentos vagos focados em anos atrás, acabei sendo empurrado. Me compus em pé novamente, cruzando as lanças em forma de glória, corri velozmente. Levantei vôo, desviando das flechas do exército inimigo, fiz meu primeiro ataque. Porém, eu não sabia, que Dr. "M" estava junto aos inimigos. Matei, feri, mas com honra. Não sou um assassino, e sim um guerreiro. Muitas pessoas pensam isso de mim, porém não é verdade.
Enquanto lutava com um grande Draik, que de arma apenas usava seus punhos, recebi de presente de grego um corte profundo no braço. Estávamos invadindo, agora estavam todos misturados, agora, nós teríamos que nos defender, para não virarmos cobaias de laboratório. Caí de joelhos por um momento, mas logo levantei e continuei meu trabalho. Era decisivo.
Enquanto lutava, avistei uma criança. Um Aisha, pequenino, perdido no meio de toda essa dor. Dr. "M" estava com uma pistola vermelha e amarela, com uma funcionalidade desconhecida até agora. Já estava com poucos pontos de vida, porém corri, consegui desviar de alguns ataques, e outros levei em cheio. Ferido, porém talvez eu pudesse salvar a vida de alguém. Me coloquei na frente do pequenino Aisha, com as pernas tremendo e a respiração acelerada, quase se desmontando no chão, querendo apenas uma casa, um lar. O raio se dirigiu em milésimos de segundos em minha direção.

Capítulo 6 - O raio e uma vida.

By Nina Gonçalves Polette
Exposto ao raio lembro de que fui perdendo meus pontos de vida. Já não tinha mais forças, vida, movimento e defesa. De repente, minha armadura e minhas armas ficaram tão pesadas que não consegui mais carregá-las. Após o raio acabar, caí de joelhos. Porém, não importa. Eu salvei a vida de uma criança! Me sinto muito bem por isso.
Tirei minhas armaduras, e fui para um canto entre duas casas que ficavam no local aonde as batalhas estavam ocorrendo. Sentei, e por um momento, pensei no que aconteceria se eu chegasse em casa após aquela batalha... Hoje eu não sei nem se minha casa ainda existe. Não sei onde está minha melhor amiga, Kare. Queria muito encontrá-la.
Cruzei as pernas, fechei minhas asas, e fiquei por um tempo observando as nuvens. Tão bonitas... A paisagem de cima fica muito mais bonita, e cada nuvem tem um formato diferente. Uma de Kacheek, outra de Draik... E uma de Eyrie. Um Eyrie sorridente e feliz. Agora que fui me tocar realmente e admitir que eu seria mais feliz sem todos esses mimos que tive por anos, acho. Quero minha casa...
Olhei para frente, e avistei uma linda mulher, morena, alta, realmente muito bonita, brincando com um Eyrie Azul. Eles pareciam estar se divertindo muito. Olhando, cautelosamente o pequenino Aisha que salvei sentou no meu lado, se apoiou em mim e disse que sentia falta de uma pessoa importante também. Ficamos ali por um tempo. Vendo a mulher e seu Eyrie se divertirem com piadas, risos e felicidade. Ela virou para trás, e nos avistou. Seu olhar fixou no meu. Ela me conhecia. Eu conhecia ela. Será que seria mesmo...? Não, depois de todos esses anos, não é ela... Não pode ser...

Capítulo 7 - Hagan

By Nina Gonçalves Polette
Abaixei meu rosto, e em seguida olhei para a vida que eu tinha salvado a tempo, ele olhava para mim, seu olhar agradecia. Era mágico.
- Obrigado... Qual seu nome?
- Meu nome é Azcos, qual o seu? A propósito, é minha obrigação salvar a vida das pessoas e lutar, é isso que faço.
- Meu nome é Tai... Poxa, você é um guerreiro?
- Sim, sou sim meu pequenino... Bem, já está entardecendo, você tem para onde ir?
- Perdi meus pais na guerra...
Senti pisarem na minha cauda com força e raiva, me virei, e para minha surpresa, era Rei Hagan, de Meridell, empunhando uma espada muito bem afiada na qual poderia até cortar só de ver.
- Então, você é o bravo guerreiro Azcos?
- Sim porque pergunta?
Um clima de suspense e medo pairou sobre todos nós três. O que Hagan queria? Me matar?
- HAHAHA! Então você é um Eyrie Fada? Hahaha!
- Tem algum problema com isso, Hagan?
- Haha... Deixa pra lá.
O Rei se colocou a risos. Não admito que riam da minha cara ou da minha cor. Tenho orgulho de ser quem eu sou. Me virei, com as forças que me restavam, os braços tremendo, e um fio de esperança de conseguir sair vivo peguei uma das minhas duas lanças com as duas mãos, num movimento rápido novamente, a tentativa de ferir por defesa. Fui parado por um golpe de espada, e minha lança partiu no meio.
Peguei Tai, o coloquei nas minhas costas, e ele, puxando meu pelo macio, sorriu. Levantei vôo, escapando de um ataque feroz, e saí. Estava voltando para o Mundo das Fadas. Conforme fui alcançando altura, as nuvens de Neopia, que nada mais são do que gotículas mágicas passavam pelo meu rosto como algodão. Macio, e fofo. Me deixei levar por um momento, e quando vi, já estava pousando na entrada da cidade.

Capítulo 8 - Anos

By Nina Gonçalves Polette
Avistei Fyora e as outras fadas que moravam com ela, e cautelosamente, para não assustar Tai, pousei como nuvem de céu aberto. Ele desceu das minhas costas, escorregando todo desastrado. Neste meio todo de batalhas, guerras, separação e transformação, ele me dá certa alegria, pois me sinto bem vendo alguém feliz. Quem me vê, mesmo já sem minha extraordinária força e meus atributos de batalha, armas e armaduras, não imagina que por dentro eu sou assim. Tenho um coração, claro.
Tai foi caminhando até os pés da majestosa rainha, que com carinho o acolheu de modo simpático. Eu estava em posição de saudação, cabeça baixa, o que restou de minhas forças e defesas ali. Com a pata no peito estufado, e uma brisa no ar, fitei meus olhos aos dela.
- Voltei. No tempo que fiquei lá, vi coisas que me impressionaram.
- Hm... Bravo Azcos.
Fyora apontou seu cajado mágico sobre mim, e num raio, voltei a ser o que era. Impecável, Perfeito. É o que pareço. Mas não o que sou. Gosto de ser guerreiro, gosto de lutar, de honra e defesa.
Não sei. São as únicas palavras que consegui pronunciar depois de toda esta história acontecer na minha vida. Me recolhi até meu grande aposento, passando pelo hall, subindo as escadas e virando a esquerda. Faz quantos anos que eu estou aqui mesmo?

Capítulo 9 - Pensamentos

By Nina Gonçalves Polette
Sinto vontade de dizer tudo o que quero. Me expressar. Não que esta cama não seja macia, que sempre tive mordomia, que as cortinas são grandes demais... Não é isso.
Recaptulando em voz alta, eu sempre fui um guerreiro. Desde meus quatro anos de idade sou treinado nas mais diferentes escolas de luta que você poça imaginar. Academia Ninja, Escola da Ilha Krawk, Escola da Ilha do Mistério, Escola disso e daquilo. Meu conhecimento é geral. Quando criança, meu gosto da vida era brincar com Kare. Sempre gostei disto. Quando cresci, voltei minha vida aos estudos com o sonho de me alistar no exército. Kare apoiava, pois quem ama, deixa a pessoa livre, se ela te ama, com certeza voltará. Saí do Ensino Médio, completando dezoito anos. Me alistei, e consegui. Lembro-me que foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Virei de bruços na cama, fechando os olhos, para ver o que restava de meu passado.
Bati na porta de casa, e com um sorriso no rosto, levantei. Apoiei a mão ao lado da testa, em sinal de felicidade.
- Sargento Azcos. Permissão para falar?
- Sim Kare. Permissão concedida.
- PARABÉNS! EU ESTOU MUITO FELIZ POR VOCÊ!
Braços finos me envolveram, na ponta dos pés, um gesto de afeição dela, a garota de minha vida.
- Ah velhos tempos... Será que um dia encontrarei Khare novamente?
Voltando ao assunto, fui lutar para a guerra de Brightvale. Nós temos uma aliança com o Mundo das Fadas, que foi ao meu conhecimento tarde demais. Quando a guerra acabou, e eu matei Tygio, voltei para casa, onde no caminho me louvavam, porém havia um intruso que não foi morto, pois restava do exército de Altador. Este indivíduo tentou me matar. Porém fui transportado para o Mundo das Fadas antes de morrer, e agora eu vivo aqui.
Eu gosto de Fyora e gosto deste lugar, porém eu sinto um vazio, como se algo me rasgasse por dentro, me fizesse querer mais de algo que não sei o que é. Acho que sinto falta de amor.
Sempre pensaram que eu era aquele, perfeito, orgulhoso. Porém eu gosto das coisas simples da vida. Acho bom o meu estado social, mas acho que seria mais feliz se tudo isso não acontecesse.

Capítulo 10 - Me deixe ir

By Nina Gonçalves Polette
Escutei batidas na porta, e disse para entrar. Era Tai, que caminhava em minha direção, tropeçando, caindo, jeito desengonçado e brincalhão. Ele subiu na minha cama e dormiu. Enquanto isso, vi que a rainha iria deitar em seus aposentos pela janela, e pisando em silêncio, peguei um tecido, esticando o mesmo no chão, e colocando algumas coisas que estavam na gaveta do criado-mudo ao lado da cama em cima do tecido, para depois montar uma trouxinha. Ao puxar a gaveta com força, notei que cairam algumas fotos em cima dos meus pés. Agachei, para pegá-las, e uma delas me chamou a atenção. Era uma garotinha bonita, brincando com um Eyrie Verde. Esse pensamento me persegue. Sabe o porque eu estou fazendo esta trouxinha?Voltar... Para... Casa.
Não quis ser tão sentimental, e terminei o que fazia logo. Já era madrugada. A noite parecia cair sem fim, com a Lua nova, e estrelas azuis magníficas. Amarrei o pano com meus pertences, e fiz um carinho em Tai. Ele acordou meio sonolento, então o coloquei nas costas. Meu plano agora era sair voando até em casa.
Porém, eu não sabia de uma coisa. Uma única coisa, que talvez, me prendesse aqui. Olhei para o céu, e que vista maravilhosa. Talvez fosse a última vez que veria algo assim na minha vida, pois nunca me vi tão perto das estrelas. Era apenas planar, e eu as tocaria com minha garras. Me desiludi, apesar de tudo aqui ser parcialmente perfeito, e levando além de meus pertences e minhas novas armas, me apoiei no parapeito da janela, pronto para saltar e voar, voar como nunca, mais rápido que puder, e assim, realizar minha vontade desde o começo. Saltei e me deixei cair por um momento, pois adorava aqueles segundos em que nos sentimos libertos, pois voar é algo maravilhoso. Mesmo que seja um humano a montar um Eyrie, um Shoyru, Scorchio ou Draik, eles nunca conseguirão sentir essa magia. Asas. Fechei os olhos, e voei, voei para longe. Finalmente.
Sorri desengonçado, porém era um sorriso verdadeiro. O conto de Fadas sempre tem um final feliz. Espero que o meu "Conto de Fada" também tenha.
Olhei para baixo. Havia uma multidão de fadinhas arqueiras. Muitas delas, mesmo. O clima de alegria se rompeu em segundos. Atiravam flechas de luz sobre meu peito, e eu, tendo que desviar de todas aquelas flechas, e ao mesmo tempo segurar o que levava nas costas e proteger Taizuru. Esquerda, Direta. Uma direção errada, mais um machucado. Fui atingido na perna, e como dói... Tentei tirar a flecha com as mãos e acabei me desequilibrando no ar. Taizuru caiu das minhas costas, parecendo estar num sonho eterno. Minhas coisas também caíam, e caíam... Não sabia onde iriam parar. Voei para baixo, me desviando dos bravos ataques, e dei de cara com Fyora.
- Fugindo... Você não é feliz aqui?
- Não.
Continuei indo para frente, deixando a mulher de cabelos roxos para trás, e peguei num pulo, Tai e minha trouxinha. Porém, uma coisa muito importante para mim havia caído nesse momento. Uma foto, a única que eu estava levando. Eu quando era menor, ao lado da mulher, não Fyora, mas sim, a mulher da minha vida.
Por pouco peguei a foto, e continuei em frente, sempre em frente. Sabe o que dizem, nunca olhe para trás. Percebi que Fyora estava me seguindo, bem, já tinha me livrado das pequeninas fadas, mas agora, eu não sabia o que ia ver pela frente. Minha perna sangrava, e o vermelho coloria alguns pontos das nuvens.
Ela tentou me pegar pelo pé, bem, se queria que eu fosse feliz, me deixasse ir. Eu tenho alguém capaz de cuidar de mim! E já está na hora dela saber disso.
- Fyora... - Parei por um momento.
- Fyora me escute. Se quiser que eu seja feliz me deixe ir. Sinceramente, não sei o porque me persegue se me trouxe aqui para cuidar de mim.
- Desculpe, acho que exagerei.
- ...
- Depois de todos estes anos, Azcos, eu só queria te proteger...
- Mas por quê? Porque justo você? Não poderia ser outra fada?
- Azcos, me escute com atenção. Khaare, na verdade, é uma amiga muito especial para mim. Quando lutou, ela me pediu para que olhasse você, e eu tive que ser rigorosa assim. Por anos, eu sei, me desculpe.
- Tudo bem, simplesmente adeus. Obrigado por cuidar de mim, não vou ser rude, sempre tive uma boa vida, mas terei uma melhor ainda aonde eu vou. E... Precisa melhorar como rainha, afinal, depois de me fazer tudo isso, eu olho você como uma pessoa, sua hierarquia... Bem... Deixa pra lá, adeus.
Me virei por um instante, quando notei que outra atmosfera, desta vez mais fria, estava sobre o Mundo das Fadas. Olhei para trás, e lá estavam Fyora e Jhudora. Elas eram irmãs, uma se parecia com a outra e vice-versa, porém uma era boa, e a outra, má. Jhudora não me queria, mas sim, Fyora. Talvez ela quisesse tomar o poder de Fyora, porém isso era entre elas. Gelei por um minuto, porém me acalmei.

Capítulo 11 - Você não sabe o que passei...

By Nina Gonçalves Polette
Simplesmente parti do Mundo das Fadas. Brightvale, eu irei voltar! Rodopiei no ar, sem querer, fiz Tai acordar.
- Azcos... Onde estamos indo?
O pequenino, como gosto de chamá-lo de um modo carinhoso bocejou, acordando, porém querendo voltar a dormir. Ele é assim mesmo às vezes.
- Para casa!
Veloz como guerreiro, sentimental como ser vivo, atravessei as nuvens mágicas, e aquela sensação indescritível novamente, a mesma de quando voltei da guerra. Avistei um lindo céu azul infinito, o Sol estava contra mim, o que significava que o dia estava raiando novamente. Era perfeito, um paraíso. Voando por mais algumas horas, sem perder a esperança, eu já estava chegando a Brightvale. Os camponeses, a quem me veneravam, agora eram grandes latifundiários. Os guerreiros, que antes eram apenas mais um no exército, prosperaram. E aquela enorme casa branca, com um lindo jardim de rosas brancas e vermelhas, bem feita, detalhada, continuava sendo a casa de sempre. Já estava avistando a cidade, pousando num belo campo, se não me engano, o mesmo em que lutei, enquanto Tai ia descendo das minhas costas. O comércio já havia aberto, todos estavam trabalhando, haviam pobres também, e bem educados. Pousei no chão, com Taizuru ao meu lado, feliz. Ambos estávamos felizes. Fomos andando devagar, enquanto todos olhavam para nós. Eu já não estava machucado, e o brilho do meu pêlo refletia na luz do Sol. Apesar do pequenino ser um Aisha Cinza, ele estava feliz. Eu sei que estava...
Chegamos. Me arrepiei, pois não sabia o que iria encontrar. Eu não consigo apertar a campainha, muito menos bater na porta. Insegurança, seria a palavra para me descrever agora. Olhei para Tai, e ele o mesmo. Mesmo com apenas doze anos de idade, ele já conhecia meu olhar de medo. Ele conhecia meu olhar de amor, meu olhar de desprezo. Era como se ele vivesse ao meu lado desde que nasci.
Tai com suas pequenas patas bateu na porta. Então era isso, eu com minha trouxa e ele alí.
Após alguns segundos escutei uma voz feminina, que agora não era de criança.
- Luwqe, abra a porta por favor!
- Claro Kare!
A segunda era uma voz masculina. Mas o que? Ela teria arrumado um homem... Outro Eyrie... De quem seria esta voz...
A porta se abriu devagar. Um enorme Eyrie Azul, aparentando ser um pouco nervoso fitou seus olhos nos meus. Esta era a primeira vez que eu sentia um arrepio de medo por alguém da minha espécie. Olhando de longe, a casa parecia bem decorada, e além do Eyrie que estava frente a mim, haviam outros pets. E havia uma linda mulher.
- O que querem aqui?
- Olá. Meu nome é Azcos.
Ao falar meu nome, senti um aperto no coração. A garota dentro da casa foi se dirigindo para a porta, e Luwqe dando licença para a garota falar conosco.
Eu a olhei. Como seus olhos eram profundos, seu olhar era mágico, ela estava bonita de corpo, seu cabelo comprido... Talvez ela me reconheceria. Olhando para ela, fiquei em silêncio por alguns minutos. Sem falar uma palavra, desfiz o pano que guardava meus pertences no chão em frente a ela, e peguei uma foto. Aquela foto que quase caiu quando fugi. Aquela foto que caiu no chão quando abri a gaveta, e aquela foto que quase perdi. Coloquei a foto em suas mãos, e ainda em silêncio, vesti meu traje que ganhei nesse tempo. Vi que escorriam lágrimas de seus olhos.
- Eu conheço você... Conheço você de algum lugar... Porém não conheço esse pequeno Aisha.
- Kare, eu sou Azcos.
- Azcos? Acho que não te conheço de verdade. Que foto é essa? Ela olhou, olhou...
- AZCOS! É VOCÊ! PENSEI QUE NUNCA IRIA TE VER NOVAMENTE!
Ela me abraçou com força, e entramos na casa, eu e Taizuru. Nos sentamos, junto com outros pets que estavam sendo apresentados a nós. Fhinland, Luwha, Luwqe, Konkeroos e mais outros membros da família de Eyries. Me virei para Kare, feliz, e com a frase na ponta da língua, soltei um suspiro de alívio, e fechando os olhos, me aconcheguei.
Estávamos felizes, enquanto as marcas de todos estes anos estavam se cicatrizando e formando um novo futuro. Sim, meus machucados de guerra... Ainda consigo vê-los...
- Você não sabe o que passei..
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Créditos:
Criada por: Nina Gonçalves Polette
Direção: Nina Gonçalves Polette
Escrita por: Nina Gonçalves Polette
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 Uma história totalmente de ficção! Para quem não sabe, eu admiro muito histórias assim, uma ficção legal! Não sei se você, mas acho que é meu tipo preferido! Essa história, foi feita sobre minha inspiração das vidas difíceis que até hoje pessoas sofrem, acho que foi a mais bem bolada das minhas histórias! Essa vai ficar marcada!
P.s.:Não aceito plágio, essa é uma história criada por mim, não quero que ninguém leve o crédito por ela!
Beijo Beijo :*

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